Transtorno do Sono

Os transtornos do sono abrangem diversas condições que afetam a qualidade e a quantidade do sono, prejudicando o funcionamento durante o dia. O sono, essencial para a saúde física e mental, divide-se em dois estados principais: NREM (non-rapid eye movement) e REM (rapid eye movement). O sono NREM, especialmente no estágio N3, é o mais profundo, enquanto o sono REM está relacionado à intensa atividade cerebral e aos sonhos.

A avaliação dos transtornos do sono começa com a identificação de sintomas como insônia, sonolência excessiva diurna e sono agitado. Exames físicos focados em obstruções das vias aéreas superiores, como hipertrofia de tonsilas e língua, são fundamentais para o diagnóstico, especialmente na apneia obstrutiva do sono. Ferramentas como diários de sono e questionários padronizados, como o Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) e a Epworth Sleepiness Scale (ESS), ajudam a identificar e acompanhar os padrões de sono.

A polissonografia é o exame padrão-ouro para uma avaliação detalhada, especialmente na apneia obstrutiva do sono, monitorando diversos parâmetros fisiológicos para um diagnóstico preciso. No entanto, sua utilização deve ser reservada para casos específicos, como suspeitas de distúrbios respiratórios graves ou para esclarecer diagnósticos complexos.

Uma estratégia fundamental no manejo dos transtornos do sono é a higiene do sono, que envolve práticas para melhorar a qualidade do sono, como manter um ambiente adequado, evitar estímulos visuais antes de dormir e estabelecer horários regulares para deitar e levantar. Essas medidas ajudam a regular os processos homeostáticos e circadianos, facilitando o início e a manutenção do sono.

A insônia, caracterizada por dificuldades em iniciar ou manter o sono, ou por despertar precoce, está frequentemente associada a sintomas diurnos como fadiga, irritabilidade e comprometimento cognitivo. A insônia crônica, definida pela persistência dos sintomas por mais de três meses, é mais comum entre mulheres, idosos e pessoas com menor condição socioeconômica. O tratamento combina intervenções comportamentais, como a terapia cognitivo-comportamental, com medicamentos que atuam no sistema gabaérgico ou melatoninérgico, em casos selecionados.

As parassonias, como o sonambulismo e os terrores noturnos, são distúrbios caracterizados por comportamentos anormais durante o sono, ocorrendo nos estágios NREM ou REM. Quando há risco de acidentes, essas condições podem requerer tratamento, que inclui intervenções comportamentais e, em casos graves, o uso de medicamentos.

Em resumo, os transtornos do sono exigem um diagnóstico preciso e uma abordagem terapêutica adequada para minimizar seus efeitos adversos na saúde física e mental. Individualizar o tratamento, considerando as características de cada paciente e o tipo específico de distúrbio do sono, é essencial para alcançar os melhores resultados.